sábado, 17 de março de 2018

TEMA 3: Dominadores podem partilhar/admitir fragilidades com BDSM.ers em geral? SUB-TEMA: Como definir/domesticar Brats?


DOM RAFA:
Brat é o Sub rebelde que gosta de aprontar para receber punição.
Bom minha humilde opinião.
No início de minha trajetória eu acreditava com todas minhas forças que um Dom não tinha que ter fragilidades, porém depois de alguns anos, entendi que apesar de rótulos, somos seres humanos e que temos nossos momentos de fragilidade e temos o direito de vivê-las.
Se temos um sub de verdade, ele estará ao nosso lado para nos amparar nisso tbm.
O Dom tem que ser visto além de um ser superior como um ser humano, passível a todo tipo de sentimento, até os mais frágeis.
Brats são Subs rebeldes por natureza, que tem prazer em fazer isso para ganhar punição depois.
Como domesticá-lo, eu não sei.... pois não tenho paciência com eles huahauhauuah.

MARCI:
Acredito q compartilhar fragilidade/dificuldade com o DOM seja uma espécie de troféu da INTIMIDADE... coisa pra ser partilhada no mais secreto canto do refúgio doméstico. Não devem ser hulks... Mas não curtiria Dom q demonstre a todos seu momento negativo.
Frágil aki sou eu...
Brats não são Subs pq não curtem submissão, só na cena/instante da prática, onde recavam prazer. Surgiram do AGEPLAY... são pirralhos instigantes q provocam para tirar proveito dos doms, instigando-os à tortura q curtem.
Sua natuteza é essa... portanto não mudam... fazem parte do cenário Bdsm assim como são.
se submetem q.do kerem.


ARTUR:
Eu gosto de saber q estou lidando com seres humanos, então se meu dono precisasse desabafar ou ser frágil em algum momento, eu o apoiaria como possível, mesmo q precisasse sair da posição de sub. Isso não fragilizaria nossa relação, ao contrário, acredito q aumentaria nossa intimidade e me faria admirá-lo ainda mais.


LORDE S:
Posso dizer que tenho boa experiência neste assunto.
Brats são verdadeiros porres na cabeça...
ÔH raça difícil de lidar.. Sempre cheios de opiniões e sempre com respostas pra tudo...
Então, sabendo disso, bater de frente com certeza é o pior caminho a seguir...
Entretanto, quando um Brat subjulgado se torna fiel, seu senso de proteção pelo dominador é extremamente forte.
Brats são como Subs com personalidades extremamente fortes. Nunca deixam qualquer um entra em seu íntimo...
O fato de um Dom mostrar fragilidade o torna fraco aos olhos do Sub?
Depende do modo como tal fragilidade é exibida. Querendo ou não, o submisso busca um porto seguro, um homem forte e firme para se apoiar e servir.
Mas haverá momento em que o Sub deverá confortar seu Senhor.
Não somos feitos de aço e ferro. Em tais momentos, precisamos nos derrubar pra nos reconstruir... Neste momento a ligação Sub/Top se faz forte. Q.do o Dom demonstrará fraquezas que possui e se tornará forte com o apoio de seu servo...
Lembrem-se: fragilidade não é o mesmo que desqualificar-se.
Demonstrar fraquezas e não elaborá-las visando fortalecê-las.... isso sim o enfraqueceria.
Sou Lord Sombrio e para sempre lord !

SAMUEL:
Doms podem ter suas fragilidades e podem se abrir com os demais Doms.
Não acho legal, porém, que Subs conheçam fragilidades de seus Doms.
Brats me parece que são rebeldes por natureza e não gostam de acatar ordens. Sinto-me um pouco Brat, no sentido de que não gosto de servir por servir, de bajular Dom, de ficar fazendo suas vontades...
Eu faço se for obrigado!
Eu preciso sentir a força agressiva do Dom para fazer tudo isso.
Então não sou um submisso nato que quando vê o Dom já vai lambendo seu sapato.
Eu preciso de coação. Se isso for ser Brat, então eu sou.

LORDE S:
Os Submissos criaram uma imagem de força e grandeza, que afirma todo dominador como grande, macho, de fala grossa e mau.
E isso impregnou o conceito, tanto que, se o Dom demonstra fraqueza o Sub já o desqualifica como dominador.

YURI:
Somos humanos e sabemos disso. Então mesmo q o Sub ache que o Dom é superior ou infalível, isso não passa de uma ilusão. Se superarmos relação fictícia e fetichista entre Dom/Sub, será normal encontrar fraquezas e fragilidades. Se ficarmos só na seção fetichista, será mais gostoso a irrealidade da superioridade e o tesão da invencibilidade.

NANDO:
(postou trecho de texto já postado no outro grupo)
“Atrás da necessidade de domínio existe um ego que necessita, o tempo todo, ser reforçado pela sensação de poder!
Dominantes verdadeiros têm egos enormes e do tamanho exato para estar em equilíbrio com todo o seu alicerce, logo, não há necessidade alguma de se obter a sensação de poder para um reforço de ego. Diferente dos pseudo dominantes que têm egos inflados, no Dominante o poder apenas flui. Acontece. Algo bem difícil de explicar. E acontece o tempo todo, pois um Dominante é um líder natural... sempre.
Para um Dominante não existe um personagem. Ele é o que é.
Logo, na área do Domínio, se existem pessoas definitivamente Dominantes e bem resolvidas, também existem pessoas definitivamente problemáticas.
Existem pessoas que criam um personagem e passam a maior parte do tempo interpretando este “gostaria TANTO de ser assim” “.

SAMUEL:
Não gosto de provocar Doms. Só não curto bajulação à toa. Pra que eu entre no espírito da coisa eu necessito sentir-me forçado a isso pelo Dom. Quando sinto que estou nas mãos do Dom, sem saída, que ele pode fazer o que quiser comigo, minha única opção é obedecê-lo. Aí sim o jogo funciona.
Me ignorando não vai rolar nada, nunca. Pq não vou rastejar pelo Dom. E se ele não me obrigar a nada, então nada acontece.

Não é questão de desrespeito. É que o respeito só vem quando sou forçado a tê-lo. Quando o Dom mostra como as coisas funcionam.

THIAGO:
Tem seu sentido. Mas discordo do não rastejar ao Dom, dele ter que te obrigar a se submeter (consensual está também em saber agradar).
Mas ainda sim, a naturalidade das coisas é o melhor caminho.
Cansa forçar alguém a ter respeito por mim...

SAMUEL:
Ai, não sei. Então eu sou brat mesmo, não tenho nada de submisso, pq não rola essa devoção gratuita comigo

MARCI:
A meu ver não há do q discordar... um rasteja, outro não rasteja, são diversas modulações do desejo... mas ambos cumprem seu destino de satisfazer ao DOM... recavando disto imenso prazer em retorno... somos Bdsm.ers... como vamos discordar, se uma harmonia suprema de gemidos, estalos na carne e urros sufocados nos unem, em cada cena....

YURI:
Como seres humanos, em qualquer relação interpessoal, acredito que as duas pessoas devem se moldar uma a outra.
Conceber um Dom como uma figura intangível e férrea é colocá-lo em uma posição inumana. Isso não faz bem a nenhuma das partes, a meu ver. E se torna o principal pretexto para homens abusivos que se colocam como Dominadores. "você vai fazer, por que você tem que se adaptar ao que eu quero"
Me posiciono discordando dessa dinâmica.S
Sem o código SSC o limite entre BDSM e abuso é tênue.

THI:
concebo a submissão na essência : cabe adaptar ao Dom e não Ele à nós.
Minha opinião

YURI:
Esse tópico é especialmente sensível pra mim pq o impacto que um homem abusivo tem na mente de um submisso em formação pode ser devastador. Um submisso em formação, que não entende o que está acontecendo consigo, não vai ter apoio da família ou dos amigos baunilha, vai procurar orientação e guia na figura do Dom.
E se o Dom não for um Dominador de verdade, que assume as responsabilidades e deveres dessa posição, então o submisso pode sofrer danos psicólogicos drásticos. Ou, no pior cenário, acabar vítima de um maníaco.
A contrapartida de algo sem consentimento, algo não consensual, é a violência.
Sexual, física, psicólogica... Viver sob filosofia Bdsm é viver no limite do espectro entre seguro e prejudicial. Se não existirem regras fundamentais pra viver sob essa bandeira, Bdsm se confunde com abuso.

LORDE NIKO:
Acredito que Bdsm não seja qualquer relação interpessoal, uma relação Bdsm é baseada em desigualdade. O contrário do que vc diz... Isso que vc descreveu é uma relação comum... O que chamamos de baunilha..... Marido e mulher... Marido e marido... Sempre deixo claro aos subs para não baunilhizarem o Bdsm... Transformá-lo em algo meloso, da forma que lhe convém, para se sentirem mais confortáveis em fazerem o que bem entenderem...

YURI:
Desculpe. Você acaba de descrever a definição de abuso, por qualquer pessoa que leve a filosofia Bdsm a sério e estude ela.
Bdsm é uma filosofia baseada em DESIGUALDADE CONSENTIDA. Não existem seres superiores ou seres inferiores naturalmente. Isso pode ser dito nas sessões... isso sobre inferioridade do Sub, sobre superioridade do Dom.
Não é real. É construção e fantasia. Serve ao propósito de excitar, em uma sessão. O conceito de superioridade real e eugenia está completamente fora do BDSM, que se baseia em eu, como Sub, confiar em vc o suficiente para deixar o poder de decisões na sua mão, sabendo que vc não vai me machucar e vai se preocupar com meu bem estar e com minha saúde física e emocional.
Se alguém que se diz Dom não coloca isso em primeiro lugar, desculpe, não está seguindo BDSM. Está usando BDSM para liberar um comportamento abusivo.

MARCI:
A visão de Yuri desenha uma abordagem da Vida e Arte Bdsm com a qual concordo total/...
Os estilos de Dominação são tão variados q.tos forem os Dominadores. Essa é a chave da questão. Lidamos com a dificuldade em aceitar pontos de vista diversos da Arte q nos agrega... São modulações q permitem flexibilidade para ACOLHER expressões variadas.
E isso nos ENRIQUECE. Cada um tem sua posição como fruto de sua vivência pessoal... de sua formação, experiências e relações. Outras pessoas terão outros modos de ver a realidade, e q.to mais variada for a interpretação da realidade, maior será o n.o de pessoas q. poderão sentir-se acolhidas nela.
LORDE NIKO
Eu acredito que cada Dom tem seu estilo de Dominar... Não cabe ao Dom mudar seu estilo pra dominar um sub em específico... Sim ao sub, quando se entrega, abrir mão de si e priorizar o prazer do Dom que ele escolheu

MARCI:
Esse é Seu modo de ver a coisa. Na verdade, durante o período que precede o acordo prévio, q.do DOM e SUB tratam ainda fora do vínculo D/S, fixando regras, limites, etc... cada um avalia por si até onde ir, em vista de efetivar a relação. A literatura BDSM fala claro: aqui não existem ainda vínculos de D/S. Falam de igual para igual. Existe ampla margem de autonomia garantida aos 2 polos da dupla D/S, propositalmente para que possam fixar um ACORDO. Para que cedam e se encontrem.
Domínio e Subjeção são uma polaridade complementar. Cada um trás consigo o mistério do desejo do outro... possuem reciprocamente a chave do prazer um do outro. O Domínio encontra na Submissão seu complemento, enquanto esta realiza no Domínio seguro, seu alívio...

LORDE S:
Objetivo no bdsm não é impor mas compreender, não é força mas se entregar, não  é inibir mais evoluir..

LORDE NIKO:
Por que não trabalhar esses limites? Por que não se permitir? Por que não priorizar o prazer do Dom? Por que não aceitar seus próprios desejos e deixá-los fluir?
Não deixem afirmarem a vc.s que BDSM é interpretação, é faz de conta, por que é algo que vc.s realmente sentem, não é inventado, é puro. Por isso fico com sangue nos olhos quando vejo essas afirmações, me sinto insultado quando dizem que nossos desejos não passam de meras fantasias, quando é algo que já não conseguimos mais deixar de praticar, quando já é parte inseparável do nosso prazer.

A conclusão deste longo item sobre fragilidade dos doms,
citamos trecho de Kadu Dominus Regnator:

“Dominar ou não dominar? Eis a questão!
Será mais nobre suportar todos esses pseudo-subs tragicômicos, que vivem colocando-nos obstáculos, não quero isso, não pode aquilo, não toque aqui?
Eu quero DOMINAR, nada mais; e dizer que todo o meu prazer vem das dores, da opressão, das mais de mil chibatadas ininterruptas sobre a carne – esse é o meu maior prazer. Dominar, dominar e dominar... talvez trepar – eis o dilema, pois os subs que vem com ânsia de servir querem ser livres depois da última gozada. Servir e correr. Esse é o motivo da angústia da minha vida!”



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